quinta-feira, 3 de julho de 2014

“Até quando você vai ser saco de pancada?”


Dizer que o ser humano é complexo não é novidade para ninguém. Esse animal racional surpreende a espécie a cada dia, por meio das suas ações e atitudes. Um ser que é capaz de amar e odiar, dotado de conflitos internos que a psicologia luta para explicar esse universo sem fim. Como pode habitar sentimentos tão contraditórios em tal espécie?

Diante de tantos questionamentos, ainda se procura explicar essa onda de violência que está aflorando o ano de 2014. Parece que voltamos aos primórdios da humanidade quando retomamos o lema “olho por olho e dente por dente”. A justiça pelas próprias mãos está virando moda, somente esse ano, um jovem acusado de roubo foi amarrado a um poste no Rio de Janeiro e linchado pelos moradores da região. No Guarujá, uma mulher é espancada até a morte pelos vizinhos, sob a acusação de matar crianças para prática de bruxaria. No mês passado, em São Paulo, um professor de história é confundido com ladrão e é amarrado e torturado pelos transeuntes. Como explicar tanta exposição de brutalidade? As pessoas agem na certeza de que estão corretas com suas atitudes, e de onde vem tanta certeza? Da sede de vingança? Da suposta "justiça"?

Numa sociedade caótica e doente como a nossa, às vezes atitudes desesperadas são compreensíveis. No entanto, desse modo, o ser humano não percebe que está sendo vítima dele mesmo; hoje ele espanca, amanhã ele é espancado. 

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